Não é sobre doces, flores, felicitações e/ou declarações. É sobre coragem, sobre tentar mudar o curso da história e vislumbrar melhores versões do futuro. O Dia Internacional da Mulher, cuja data oficializada pela ONU é 8 de março, é grifado pelo início da luta das mulheres por igualdade, melhores condições de trabalho e reconhecimento de seus direitos fundamentais.
A origem da data, amplamente divulgada, afirma que trata-se de uma homenagem às 129 operárias que morreram carbonizadas em uma fábrica têxtil, devido a retaliação a greves e movimentos das trabalhadoras. O crime, apontado como intencional, aconteceu em 8 de março de 1857, em Nova Iorque.
Outra versão narra que a data é alusiva a outro crime, ocorrido em 1911, onde trabalhadoras e trabalhadores, que reivindicavam melhores condições de trabalho, foram vítimas de um incêndio. As chamas, que se alastraram num piscar de olhos devido as péssimas condições do local, vitimaram 146 pessoas – 125 mulheres, com idades entre 13 e 23 anos.
Na versão mais plausível temos a iniciativa da militante alemã Clara Zetkin, que em 1910, propôs a criação de um dia internacional da mulher, que seria marcado por mobilizações de mulheres trabalhadoras ao redor do mundo, para falar sobre o mercado de trabalho, direito ao voto e sobre pautas referentes aos seus direitos.
Em ambas versões, não há dúvidas de que as trabalhadoras foram as responsáveis pelo início dessa trajetória de luta. A árdua caminhada pela busca de equidade continua, ainda, nos dias de hoje. No que diz respeito a trabalho, apesar de cumprirem jornadas intensas na labuta, as mulheres continuam ganhando menos que os homens – ainda que ocupem o mesmo cargo e, em algumas ocasiões, trabalhem mais.
Driblar as adversidades e ocupar os espaços predominantemente ocupados por homens é um desafio diário, não uma meta inatingível. “A Sapatista é uma mostra de que é possível sairmos do lugar comum. Aqui, a cerveja e todo o trabalho é feito por mulher, sem exceções. Estamos avançando e tomando espaços onde não tínhamos expressividade nem voz, com muito empenho, dedicação e oferecendo resultados e produtos de alta qualidade”, destaca Roberta Pierry, fundadora da Cervejaria Sapatista.
O dia 8 de março é uma data reflexiva, política, que vai muito além das comemorações. É um dia em que toda a luta das mulheres precisa ser lembrada, enaltecida e continuada. Nosso desejo é que possamos andar tranquilas nas ruas, que a violência nunca seja silenciada, que nossos esforços sejam devidamente recompensados; que nosso amor não seja taxado nem seja passível de fetichização, que o abuso não mais aconteça, que as nossas crianças tenham a liberdade para serem, de fato, crianças, que não haja desigualdade de gêneros, que o feminicídio seja punido, que haja respeito (…)!
Por aqui, seguimos, com orgulho, evoluindo e resistindo!
VAMOS JUNTAS!
8 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA MULHER.