St. Patrick’s day: a festa irlandesa que conquistou o mundo!

O mês de março se aproxima e nós viemos antecipar a história de uma das mais famosas festas cervejeiras do mundo, o St. Patrick’s day ou dia de São Patrício. Talvez você já tenha comemorado essa data aqui no Brasil tomando um chope verde ou uma stout com a galera, mas já se perguntou de onde vem essa tradição e porque um santo tem relação com a cerveja?

Hoje vamos desvendar essas e outras questões aqui no blog da Cerveja Sapatista! Então abre a tua cerveja preferida e vem viajar conosco!

O St. Patrick’s Day é uma festa tradicional da Irlanda e é uma homenagem a São Patrício, o padroeiro do país. E resumidamente, ele foi um sacerdote cristão que se tornou bispo. Durante a adolescência, foi levado para a Irlanda e escravizado por seis anos, conseguindo escapar. Mais tarde, retornou para o país como missionário, desempenhando um importante papel na história da igreja, sendo conhecido por ter levado a religião católica para o local.

A data do dia 17 de março foi marcada pela morte do santo e é considerada o principal feriado da Irlanda. Os irlandeses aproveitam a data para celebrar toda a cultura e crenças locais. A comemoração se transformou em uma das festas mais tradicionais da região, o que atrai, anualmente, turistas do mundo todo.

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St. Patrick’s Day: conheça a história de São Patrício

Existem muitas histórias envolvendo a figura icônica de São Patrício e poucos dados exatos sobre a sua origem. A trajetória mistura a história de um missionário enviado até a Irlanda para pregar sua fé, com muitas lendas, mostrando o personagem como possuidor de poderes sobrenaturais. Dados retirados de sua autobiografia indicam que ele parece ter nascido em uma Grã-Bretanha, sob o domínio romano, no final do século 4. Não se sabe exatamente em que data, entre 373 e 390 DC. Também não é certo seu local de nascimento. Alguns dizem que nasceu em uma vila na Escócia e outros acreditam que foi no País de Gales.

Além disso, seu nome parece que nada tinha a ver com Patrício. Alguns historiadores acreditam que ele se chamava Maewyn Succat, filho de Calpornius, um oficial do exército romano-britânico.

São Patrício e sua trajetória relogiosa

Apesar de ter nascido cristão, foi somente na adolescência que passou a professar a fé. Aos dezesseis anos, foi raptado por piratas irlandeses e vendido como escravo, sendo forçado a trabalhar duramente entre pagãos.

Ele ficou preso no norte da ilha, trabalhando como pastor de ovelhas e cuidando de porcos no Monte Slemish, dentro do condado de Antrim, na Irlanda do Norte. Nesse período, foi se tornando cada vez mais religioso. Sua fé foi tanta que ele considerou o sequestro uma forma de mudança de vida, de encontro com Deus.

Foi através da oração que ele teve uma visão, levando a encontrar um barco que partiria para a Grã-Bretanha. Conseguindo escapar, após a terceira tentativa de fuga, embarcou para a Grã-Bretanha voltando para casa, junto de sua família, e depois para a Gália, atual França, onde frequentou mosteiros e foi habilitado para a vida missionária.

Os chamados de São Patrício

Foram anos de estudo na França para que se tornasse padre e missionário. Patrício teria ficado por aproximadamente 12 anos no mosteiro antes de retornar à Irlanda como bispo e realizar a sua missão de catequizar o povo celta.

Aqui, outra vez ele teria recebido uma mensagem através de um sonho, onde era chamado para voltar para a Ilha e falar sobre a existência de Deus para os povos que lá viviam. O método do santo para conseguir tanta conversão foi a fundação de incontáveis mosteiros. Promovendo por toda parte a construção e povoação de mosteiros, o bispo Patrício fez da Ilha um centro de irradiação de fé e cultura. Dali partiram centenas de monges missionários que peregrinaram por terras estrangeiras levando o Evangelho.

Por ser uma figura cuja presença perturbava chefes locais, São Patrício foi preso diversas vezes. Durante 20 anos, ele viajou por toda a Irlanda, batizando pessoas e, além de estabelecer mosteiros, construiu também escolas e igrejas. Em quase três décadas, o bispo converteu praticamente todo o país, sem o uso de violência contra os pagãos.

Ao contrário do que acontecia no resto da Europa, onde a fé católica era imposta pelo Império Romano e, muitas vezes, com apelo de guerra, Patrício foi muito mais esperto. Ficou íntimo dos druidas, que eram encarregados das tarefas de aconselhamento e ensino, e de orientações jurídicas e filosóficas dentro da sociedade celta.  Assim, conta a história, o santo levou o Cristianismo à ilha, que, posteriormente, se tornou um dos países mais cristãos do mundo. 

Uma história com datas imprecisas

Não se sabe ao certo, assim como os dados de seu nascimento, mas Patrício parece ter morrido no dia 17 de março de 461 ou 493, na cidade de Down, atualmente Downpatrick. Onde deixou uma igreja organizada, a Sé de Armagh, que foi o centro do cristianismo na Ilha. A Igreja foi destruída 17 vezes e restaurada no século 19.

Hoje, uma catedral existe em seu lugar e homenageia o Santo. Só na Irlanda, existem duzentos santuários erguidos em honra a São Patrício. Até hoje, no dia de sua festa, os irlandeses fixam à roupa um trevo cuja folha se divide em três, numa homenagem ao venerado São Patrício, que parecia usar a planta para exemplificar melhor o sentido do mistério da Santíssima Trindade.

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O que se comemora no St. Patrick’s Day?

Praticamente um carnaval irlandês, a festa de St. Patrick’s Day é repleta de personagens e símbolos que homenageiam a cultura do país. Mas apesar de ter surgido a partir da história do patrono do país, a St. Patrick’s Parade não nasceu na Irlanda, mas nos Estados Unidos.

Quando, em um dos períodos mais difíceis da Irlanda, os irlandeses abandonaram a ilha para fugir da fome, emigraram e carregaram consigo a fé cristã e todas as simbologias associadas ao São Patrício. Então, a cada mês de março, no dia do santo, longe de casa, surgiu a oportunidade de expressar o orgulho de ser irlandês. Sendo assim, os irlandeses saíam às ruas vestidos de verde, celebrando o St. Patrick’s Day e a culinária, a música, a dança e a bebida, disseminando a ideia de que, neste dia, todos viram irlandeses. Daí para virar uma parada, semelhante a um carnaval, foi um pulo. 

Após muito tempo sendo cultivada como uma celebração exclusivamente religiosa, o primeiro desfile de St. Patrick’s Day foi realizado em 17 de março de 1601, em uma colônia espanhola nos Estados Unidos onde havia um vigário irlandês. Mais de um século depois, os soldados irlandeses que serviam nas forças armadas inglesas, marchando em Boston, em 1737 e em Nova York, em 1762, celebraram São Patrício. Com o passar dos anos, os desfiles se tornaram uma demonstração de unidade e força dos imigrantes irlandeses e a celebração da cultura irlandesa.

Apesar da longa história, a festa se tornou global apenas em 1995, quando o governo irlandês iniciou uma campanha em grande escala para divulgar a data como uma forma de impulsionar o turismo e exibir os encantos da Irlanda para o restante do mundo. E, assim, chegamos à comemoração mais parecida com o que conhecemos hoje. 

 

Em 2006, o festival passou a durar cinco dias na Irlanda. Em Dublin, o seu ponto alto é um desfile que reúne mais de meio milhão de pessoas no dia 17 de março. As pessoas se vestem e se pintam de verde, degustam a típica culinária irlandesa e bebem cerveja. Comemorar em um clássico pub irlandês também faz parte do ritual de celebração.

 

Diversos países, especialmente os que têm histórico de imigração irlandesa, também celebram o St. Patrick’s Day. Outros locais que também realizam a festa, além da Irlanda e dos Estados Unidos, são Canadá, Inglaterra, Alemanha e Argentina. No Brasil, os pubs também costumam organizar uma programação especial no mês de março com música irlandesa e bastante cerveja verde.

Símbolos do St. Patrick’s Day

Como uma boa festa de celebração da cultura de um local, o St. Patrick’s Day também possui símbolos próprios.

Trevo

No dia 17 de março, ele está por todos os lugares e é um dos principais símbolos da festa. Além de representar a prosperidade, dizem que a planta era utilizada por Patrício como uma metáfora para explicar a santíssima trindade – o pai, o filho e o espírito santo. 

 

Outra explicação se deve ao fato de que durante a rebelião de 1798, o trevo teria se tornado símbolo de resistência contra a dominação inglesa na Irlanda. Atualmente, na festa é comum jogar a planta no último copo de cerveja para brindar ao santo.

Cor verde

Originalmente, a cor relacionada ao St. Patrick era o azul. Porém, desde o século XIX, os irlandeses passaram a usar verde para representar o país. Desde então, a cor passou a ser considerada como uma espécie de amuleto, trazendo sorte aos que se vestem de verde no dia de São Patrício.

Como não poderia deixar de ser, a cerveja, que é uma das bebidas mais consumidas na Irlanda, também faz parte das comemorações. O corante verde é incorporado às cervejas e se tornou símbolo dessa celebração, principalmente no Brasil.

Leprechaun

Sem nenhuma relação direta com o padroeiro da Irlanda, o pequeno homenzinho de roupa verde e barba ruiva tornou-se também um símbolo da comemoração.

O “duende irlandês” faz parte do folclore da ilha desde os tempos medievais e, provavelmente, tem sua origem na cultura celta. Segundo a tradição, eles são responsáveis por consertar os sapatos de fadas e guardar tesouros no final do arco-íris. O personagem começou a fazer parte das festividades em 1959, quando a Walt Disney Pictures lançou um filme que apresentava um duende simpático e alegre e que aos poucos foi sendo assimilado à Irlanda e ao St. Patrick’s Day.

A cruz celta

São Patrício teria pregado perto de uma pedra pagã, considerada sagrada e que estava gravada com o símbolo dos deuses do sol e da lua. É creditado por desenhar uma cruz cristã através do círculo e abençoar a pedra, criando a primeira cruz celta irlandesa. Essa atitude teria sido uma forma de mostrar que ele estava disposto a adaptar as práticas e símbolos pagãos às crenças cristãs, realizando uma transição mais fácil entre as duas culturas.

Qual a relação do St. Patrick’s Day com a cerveja?

Muitos preferem comemorar a data com um bom uísque irlandês. Mas a cerveja é a bebida mais procurada. A cerveja irlandesa Guinness, criada em 1759 por Arthur Guinness em Dublin, tornou-se a cerveja mais consumida do mundo em 1908. Com mais de 250 anos de história, algumas datas comemorativas se tornaram sinônimo de Guinness – e o St. Patrick’s Day não fica de fora, sendo a marca a maior patrocinadora do evento. Com sua principal receita do estilo stout, a coloração escura, a espuma densa e sabor acentuado de maltes são suas marcas registradas.

O chope verde foi criado exclusivamente para o St. Patrick’s Day. Mas erra quem pensa que é um estilo diferente de cerveja. Para chegar à coloração esverdeada, costuma-se adicionar uma dose de menta à bebida lá na Irlanda. Por aqui, alguns colocam simplesmente um corante sem sabor, na cor verde. Mas, ao que tudo indica, a tradição de colorir o chope não iniciou por lá. A ideia parece ter sido de um dono de um clube de Nova York, em 1914.

De acordo com o repórter do jornal The Evening Independent, o professor Thomas Curtin disse ter colocado algumas gotas de tinta azul utilizada para tingir tecidos em uma quantidade não informada de cerveja. O azul reagiu com o amarelo e, assim, nasceu o chope verde, nos Estados Unidos. 

 

Em 1985, o sucesso do chope verde foi tão grande que barris cruzaram o oceano Atlântico e chegaram a Dublin, capital da Irlanda. Mas parece que, por lá, eles ainda preferem um bom pint de stout.


O St. Patrick’s Day, sem dúvidas, é um momento ideal para quem gosta de festa, animação e cerveja, mas infelizmente esse ano não vai ser possível comemorar na rua. Por isso, no próximo dia 17 de março, se você quiser celebrar em casa, nossa dica é pedir uma Pantera Negra, a Stout da Cerveja Sapatista.